quarta-feira, 25 de março de 2009

Meu urso me ensinou sobre o tempo


Ontem, antes de dormir, estive a pensar por certos minutos. Uns quinze, talvez. A cama confortável tornou-se berço para meu corpo que, cansado, preocupou-se em tirar as roupas e os acessórios que usava. Instintivamente as mãos tiraram os brincos, então o anel e por fim o relógio.

Quando olhei para o braço, os olhos, semi-abertos, perceberam que eu já estava de pijama e as roupas estavam no cesto. Talvez, por segundos, minha mente tenha sintonizado numa outra estação e meu corpo correspondido a rotina, tomando por fazer a atividade que costuma fazer naquele horário.

Conversei com meu urso. Comentávamos sobre como o tempo passa rápido, parecia ter sido ontem que tínhamos conversado sobre namorados, amigas e festas. E estávamos nós ali, fazendo a mesma coisa.
É hora de mudar a hora e fazer as coisas fora de hora, antes que a hora tome toda nossa hora.

Uma angústia repentina surgiu e parei a conversa de imediato. Olhei pela janela e só conseguia ver um céu escuro, puro breu como se não tivesse nada a dizer.
Senti o silêncio, tudo parecia ter parado.
Fiquei segundos ali, lembrei do meu dia, flashes das coisas marcantes. Recordei os atrasos, as coisas que não consegui terminar a tempo. Lembrei do que ainda tinha a fazer.

Então voltei pra cama e disse boa noite ao urso.

Brincadeiras no Lago

A menina ria e via graça e pouco se preocupava em ajeitar a minhoca no anzol.
Queria por vontade um peixe pra brincar.
Indiferente e sem se importar com o trabalho que teria pela frente.
Gritava e falava alto com a mãe exigindo que o peixe pulasse da água e caísse no colo.
Sem possibilidade e impossível de acontecer, a menina sentou na beira do lago emburrada.
Viu e olhou seu reflexo no espelho do lago.
Assustada com muito susto percebeu um peixinho no seu nariz.
Descontrolada e sem controle.
Em seguida depois mexeu o rosto e o peixe moveu-se até os olhos.
Imóvel e parada ficou e o peixinho se movimentou até o queixo.
Não demorou muito e logo descobriu que o peixe era mais legal dentro d água.
Olhou pra si e descobriu que era bom brincar consigo mesma.

terça-feira, 24 de março de 2009

Cheiro de piquinique

Insetos de todos os tipos e tamanhos sacolejavam a luz de ventos fortes.

A notíca percorrera os campos com tal rapidez que antes mesmo de a toalha tocar o chão, já estavam lá a família Formiga, Formigões e Formiguinhas.

As pequeninas mal entendiam o andar da formigagem, as adultas davam ordens, hierarquicamente organizadas.

Uma formiga se perde em meio ao verde, tão próximo ao objetivo que quando lá chega , sente como se o mundo dos desejos tivesse aberto suas portas.
O cheiro é agradável.

No alto do que parecia ser uma montanha para formiga, estavam lá duas jovens a "contoar".

O mundo no pé na montanha parece ser interessante, sem querer elas transportam a formiga para junto de sua família. Ainda atordoada ela grita ter encontrado o tesouro. Tadinha, não sabia ela que todos já o tinham encontrado.

E nos passeios alucinados, algumas formigas, da linhagem Formiguinhas, se perdem em meio aos quitutes. Ainda bem, porque mal sabem elas serem lembranças daquela tarde de sábado com cheiro de piquinique.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Talvez eu tenha razão


Fingir estar com a razão é fácil.
É empinar o nariz e dizer:
- Não me importo.
Acreditar estar com a razão é diferente.
É ser ingênuo e dizer:
- Eu acho ...
Estar com a razão é perigoso.
É mostrar-se e dizer:
Eu sei.
Acredito, eu sei, não me importo:
- Continuo confiando no ser humano!




Ah se eu pudesse viver de poesia ....