segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Texto para Aula de Teatro

Caixa Sagrada

Há milênios, uma pequena caixa sagrada foi descoberta pela tribo do sol.
Dizia a velha lenda que quando a caixa fosse aberta todos os segredos do universo se dissolveriam na mente do povo e eles não mais estariam encobertos de limites.
O grande sábio escondeu a caixa, pois dizia ser perigoso abri-la. Como conviver com um povo livre? Sem medo? Sem frustrações?

O chefe da tribo sentiu que seu trono estaria ameaçado caso a caixa fosse aberta e, em acordo com o sábio, tramaram a destruição do objeto mágico. Tentaram destruí-lo, mas foi impossível.
Surgiu a ideia de escondê-lo, de levá-lo para longe para que se perdesse em qualquer lugar no fundo do mar. Jogaram a caixa rio à baixo e ela correu livremente pelos córregos, não afundou como pensaram o chefe e o sábio. Chegou então ao seu destino, um tronco de árvore preso nas encostas.

Ao bater na árvore, a caixa sagrada trincou e deixou escapulir um líquido dourado feito ouro. De pronto, folhas virgens apareceram na árvore e ela foi ganhando vida e um verde nunca antes visto.

Pelo rio, o líquido escorria e peixes saltavam alegres. Aquela água era sustento de muitas famílias que, buscando sobrevivência, montavam suas casas próximas ao rio. Foi então que coisas fantásticas começaram a acontecer. Contudo, nem todos conseguiam sentir prazeres e tinham suas vidas transformadas pelas águas. Era uma exclusividade daqueles que ainda mantinham um brilho no olhar e conservavam o desejo de aprender sempre.

Um menino uma vez, desceu no arco íris e caiu em montanhas de folhas almofadas. Ouve também uma menina que ganhou asas e voou por toda a floresta. Uma família inteira foi contagiada pela caixa sagrada e diziam poder fazer qualquer coisa. Como quando cantavam e frutos surgiam nas árvores. Ou quando caminhavam e de seus pés saía o mais ínfimo dos perfumes.

O tempo se encarregou de criar lodo na rachadura da caixa e ela parou de escorrer o líquido. Há quem diga que ainda há descendentes daquele povo e que os que conseguem manter o brilho no olhar, deixam a liberdade fluir em suas veias e a saboreiam. Conta-se que líquido ganhou mais tarde o nome de teatro e este ainda hoje representa o verdadeiro segredo do universo.

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