Tem um puta carrapato nas barbas dele, mas eu não me importo. Gosto dele assim do jeito que é: fedendo a cigarro, gostinho de cachaça na boca, mãos calejadas alfinetando o bico dos meus seios. Fico excitada ao ouví-lo falar grosso, brigando comigo pra eu ficar de quatro. Eu sou caidinha por ele. De três, de quatro, até de oito, eu me deixo quebrar, desmontar e encaixar por ele.
Às vezes, me lembra o pai, tão sério, tão ditador, mandão, ah mas o talento daquela língua pode me chicotear, não interessa. Ele é o meu chicote, meu chumbo. Levo com gosto.
Ele não conversa depois do sexo, eu bem que gostaria de umas carícias pós, de umas palavras doces com o meu umbigo, mas eu já estou habituada e ele tem uma cara de intelectual quando está calado.
Partimow para a terceira da noite, deve ser a última, acho que nesta eu vou junto. Ah quantos tapas, mordidas, beliscões, que socos meu Deus. Isso que é homem viril, fugaz.
Já foi? Ele jorrou de novo. O líquido está mais claro agora. Transparente. Transparente como ele é comigo. Que intenso, que macho, que rinoceronte.
Não foi desta vez. Acho que vou tirar o carrapato dele. Será que posso?
Ele dormiu, estou meio dolorida, o carrapato eu tiro amanhã talvez.
Um comentário:
eu gosto é por demais de tuas narrativas. muito!
beijos.
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